Capítulo 65
929palavras
2023-09-10 00:02
A resposta de Lancelot deixou o clima pesado. Madeline não gostou de ver ele falar com Reuben daquela maneira, e Edward ficou preocupado com ele. Richard e Bailey olharam para ele com um olhar lamentável. Apenas Lady Marion e Eloise, que estavam sentadas perto da janela, admirando o céu noturno, não perceberam o clima tenso que estava por lá.
Reuben percebeu a mudança de humor de todos e riu levemente.
"Você pode por favor dar uma olhada nisso? Ainda é um menino mal-humorado que conhecemos", enquanto ele ria, Madeline sorriu também.

O som de sua risada contagiante fez com que todos que estavam na sala dessem risada.
"Tia, por favor, me lembre de te dar o que comprei para o túmulo de Bran", Reuben falou, se virando para o alvo de dardos e jogando o pino para frente.
Quando o alfinete tocou o alvo, Richard aplaudiu com entusiasmo.
"Você melhorou nesse jogo, garoto", Bailey falou, aparentemente impressionado com as habilidades de dardo do seu sobrinho.
Reuben se virou para ele e fez uma reverência.
"Ora, obrigado, tio. Fui criado pelo mestre dos dardos. Devo a ele ser assim tão esplêndido". Lancelot começou a sentir raiva.

Por quê Reuben teve que contar aquelas coisas sobre Bran? E todos estavam tão confortáveis ​​falando sobre ele. Anos se passaram desde que Bran faleceu, e nenhuma vez eles se reuniram para compartilhar memórias que tiveram com ele, nenhuma vez nenhum deles tentou apoiar um ao outro. Eles eram uma família, mas sofriam individualmente, como se fossem inimigos.
E ele? Sua mãe nem sequer lhe deu espaço para se despedir de Bran!
E, no entanto, aqui estava ela, se apoiando no marido para ter apoio emocional e físico enquanto Reuben relembrava todas as memórias divertidas com o seu irmão. Lancelot sabia que Bran e Reuben eram melhores amigos. Inf*rno! Eles até nasceram no mesmo dia. E eram inseparáveis ​​até Bran morrer.
E Reuben também foi embora. Por todos esses anos, deixando a família lidar sozinha com a perda.

Ainda assim, ele tinha a audácia de ficar falando sobre ele como se estivesse com eles todos esses anos.
E quando Madeline mencionou novamente o nome de Bran, Lancelot sentiu vontade de jogar a garrafa de Hennessy na cara de Reuben por ter falado o nome de Bran.
"Bran estava...", Madeline fez uma pausa, soltando um suspiro pesado.
Edward murmurrou, "Ele era um rapaz extraordinário. Meu primeiro filhotinho", seus olhos ficaram cheios de lágrimas, mas ela enxugou com as mãos. Não eram lágrimas de dor, eram lágrimas de alegria. A alegria que ela sentia ao falar livremente sobre ele e demostrar o quanto ela o amava. Ele foi uma bênção pra todos nós. É uma pena que ele não tenha..."
O barulho que Lancelot fez batendo com o punho no balcão de madeira interrompeu a fala de Edward e roubou a atenção de todos.
Os olhos sonolentos de Peter se abriram imediatamente. Ele avistou Lancelot, bêbado e com de raiva. Ele sabia que tinha que fazer alguma coisa, antes que Lancelot cometesse outro erro que não pudesse consertar.
Os olhos de Madeline se arregalaram em choque enquanto ela olhava para os olhos irritados de Lancelot. Ela já o tinha visto irritado antes, mas dessa vez foi diferente. Seus olhos estavam vazios, cheios de amargura, raiva e talvez um pouco de medo.
Ficar sentado naquele lugar e ficar falando sobre Bran como se ele estivesse de férias e que iria voltar em breve foi um gatilho para Lancelot.
Enquanto Lancelot se levantava, Peter correu até ele. Ele segurou o braço direito de Lancelot e fez uma reverência ao resto da família real. Lancelot tinha que sair dessa sala antes de fazer qualquer coisa que pudesse o prejudicar.
"Minhas desculpas, Vossas Majestades. Mas Vossa Alteza deve retornar aos seus aposentos agora. Ele está obviamente...", Peter deu uma olhada nos olhos de Lancelot, olhando para ele. Ele ignorou o olhar e olhou para eles novamente. "...Cansado".
Reuben olhou para o corpo de Lancelot antes de voltar a olhar para o alvo de dardos. Edward assentiu com a cabeça, dando a Peter a permissão que ele precisava.
Com isso, Peter segurou Lancelot com cuidado e o conduziu até a porta da sala.
Enquanto voltavam para seus aposentos, Lancelot rosnou. Peter revirou os olhos e olhou para o rosto do homem mais alto.
A mandíbula esculpida de Lancelot ainda estava dura, ele ainda não havia se acalmado.
"Senhor..."
"Peça a alguém para me levar meu chá de canela", Lancelot ordenou. Ele tirou os braços de Peter de cima dele e lutou para ficar em pé. Em seguida, ele voltou a olhar para seu assistente pessoal.
"Eu consigo andar sozinho."
Peter suspirou fundo e assentiu com a cabeça.
"Claro".
Seus olhos seguiram Lancelot até a porta do seu quarto. Peter seguiu Lancelot até ele entrar.
"Vou mandar trazerem seu chá de canela pra você, senhor".
Lancelot não disse nada, apenas caminhou até sua cama e caiu nela. Peter interpretou isso como um sinal para ele ir embora. Ele girou nos calcanhares e se afastou de Lancelot.
Ele saiu do quarto, deixando a porta ligeiramente aberta. Para que quem fosse lhe entregar o chá não se incomodasse em bater, porque Lancelot não responderia.
Ao se afastar da porta do quarto e ir em direção ao corredor, uma ideia passou pela cabeça de Peter.
Um sorriso surgiu em suas bochechas. Ele tirou o celular do bolso e olhou para ele.
Tudo bem, Lancelot precisava do seu chá, mas também precisava de alguém para estar com ele. E Peter sabia exatamente de quem ele precisava.