Capítulo 11
854palavras
2023-02-12 03:43
Stephan estava muito satisfeito por vê-la comer.
Tanto que levou um tempo para perceber que ela estava chorando novamente, concentrado que estava em observar o prato dela praticamente vazio.
_Ei..._ ele chamou enquanto se levantava para acalmá-la.

_Desculpe..._ ela pediu entre soluços e Stephan a puxou da cadeira, meio sem jeito.
Ele era bom em várias coisas no que dizia respeito a mulheres.
Sempre se preocupava em agradá-las antes de buscar seu próprio prazer e jamais as enganava. Sabia ser carinhoso durante todo o tempo em que estavam com ele e muito mais.
Mas consolar?
Sua própria mãe bem sabia que ele não era muito bom nisso.
Mas agiu por instinto quando a puxou da cadeira para levantar-se e a abraçou apertado contra o peito enquanto murmurava palavras de consolo contra seus cabelos.

Rosas...
Os cabelos dela tinham uma fragrância parecida com a de rosas.
O que era aquilo? Ele se repreendeu em pensamento.
Precisava consolá-la e não se atentar para o cheiro de seus cabelos!

_Eu não sei o que fazer... _ ela murmurou entre soluços enquanto ele esfregava suas costas gentilmente.
_ Primeiro você precisa descansar. _ ele disse em tom firme, fazendo com que ela se afastasse o suficiente para olhar para ele. _Já se alimentou e agora precisa dormir um pouco. Amanhã conseguirá pensar com mais clareza enquanto meu irmão e minha cunhada resolvem tudo no hospital.
Lauren respirou fundo para se acalmar e se afastou dele ao se dar conta que estavam abraçados...
_ Desculpe... _ pediu, sabendo o quanto suas desculpas soavam ridículas agora.
Stephan sorriu gentilmente.
_ Obrigado mais uma vez, Stephan. _ disse com sinceridade.
Ele apenas assentiu e então apontou para o quarto .
_ Agora volte para lá e trate de dormir um pouco. Vou recolher as sobras do jantar e então irei para casa também.
Já era bem tarde, ela notou ao olhar para o relógio .
Stephan devia estar cansado e dolorido por ficar todo aquele tempo com ela no hospital.
Sentiu-se culpada por sempre ter sido tão rude e mal educada.
Tentaria dormir um pouco para descasar e organizar as ideias. No dia seguinte teria a importante e difícil missão de contar a uma criança de apenas quatro anos de idade que a mãe dela não voltaria mais para casa...
O simples pensamento lhe provocava uma dor terrível no coração.
Só esperava ser capaz de cuidar de Sophia e ocultar sua própria dor para que a garotinha não sofresse tanto pela perda da mãe.
Despediu-se mais uma vez de Stephan e entrou no quarto, sentindo-se horrível. A dor da perda misturado ao cansaço extremo dos últimos dias e todo o estresse no trabalho...
Lauren pensou que teria uma noite insone, mas ao contrário disso adormeceu profundamente, e só acordou na manhã seguinte ao sentir o cheiro de café fresco impregnado no ar.
Café...
Abriu os olhos, a claridade lá fora enchendo todo o quarto e incomodando -lhe os olhos.
Giulia tinha feito café? Pensou, confusa.
Era Lauren quem sempre acordava cedo todas as manhãs para preparar o café-da-manhã.
Mas pensar na irmã foi o suficiente para se lembrar do que tinha acontecido no dia anterior e sua maior vontade era voltar para a cama e chorar novamente.
Chorar por todas as perdas em sua vida. Primeiro seus pais quando eram ainda pequenas, depois sua tia e agora Giulia.
Chorar por tudo ser sempre tão difícil para ela desde que se tornara uma adulta, por não ter alguém a quem recorrer em busca de consolo em um momento como aquele, pois passava grande parte de sua vida trabalhando para pagar as contas.
E agora ainda teria Sophia para tomar conta...
A garotinha era um amor de menina, mas Lauren não tinha certeza se era capaz de fazer aquilo. Uma coisa era ser a tia legal que levava para passear, tomar sorvete e dava presentes.
Outra coisa completamente diferente era saber que seria uma espécie de mãe substituta para a garota.
Mas depois de um tempo, enquanto se perdia em cogitações, Lauren se atentou para uma coisa:
Giulia não estava mais ali e Sophia também não!
Então quem é que estava preparando café na sua cozinha? Pensou, seu coração se acelerando diante do terrível pensamento de que alguém havia entrado em sua casa.
Saiu da cama rapidamente e olhou em volta, tentando encontrar algo com que pudesse se defender de um possível ladrão.
Mas, pelo amor de Deus! Ela xingou a si mesma, ao não encontrar nada além de um sapato de salto extremamente alto que com toda certeza provocaria algum dano físico em alguém. Em que dimensão um ladrão entraria na casa de alguém e ainda por cima pararia para fazer um maldito café?!
Abriu a porta segurando o sapato firmemente e caminhou descalça até a porta da cozinha, tentando agir silenciosamente.
Só não contava que tropeçaria em algo no caminho...
_ Merda! _ ela xingou quando caiu ajoelhada no chão.
E ao erguer a cabeça para olhar em direção a porta da cozinha, deparou-se com Stephan, recostado contra o marco da porta olhando para ela com um sorriso zombeteiro nos lábios.