Capítulo 8
1072palavras
2022-09-28 07:14
Victoria Becker narrando:
Ando até a porta e saiu andando em direção à rua, as contrações começaram mas estavam bem fracas, começo a andar pela calçada na tentativa de achar algum táxi.
Acho que já sofri tanto durante esse tempo que Deus ficou com pena de mim e decidiu facilitar, pois logo na minha frente um táxi para e uma das minhas vizinhas desce.

Ando até eles e a mulher me olha assustada, acho que ela não sabia que eu estava grávida, hoje ela terá muita fofoca pra contar pras amigas.
- Moço me leva para o hospital _digo me sentando no banco de trás e o homem assenti antes de sairmos.
Eu gemia de dor baixinho quando sentia uma contração, tava doendo muito e eu não sabia o que fazer.
Depois de alguns minutos nesse sofrimento finalmente o motorista fala:
- Moça chegamos.
Peguei o dinheiro que eu já tinha separado e o paguei, abri a porta e com muita dificuldade sai, o segurança correu na minha direção e me ajudou a andar pois estava bem complicado.

Rapidamente uma enfermeira veio com uma cadeira de rodas e eu me sentei.
- Moça cadê seu acompanhante? _perguntou ela.
- Não tenho _falei_ eu não tenho ninguém.
Comecei a chorar enquanto arfava de dor, a mulher me olhou e suspirou.

- Você não está em condições de assinar nenhum documento mais pelo menos me fale seu nome para que coloquemos na identificação da criança _disse ela.
- Victoria Mary Becker _falei ou gritei, eu não estava mais em mim naquele momento.
- Certo, eu vou te acompanhar _disse ela me empurrando na cadeira.
As próximas horas foram assustadoras, nunca senti tanta dor na minha vida, aquela enfermeira ficou ao meu lado na hora do parto e me deu forças, ainda existem pessoas boas no mundo.
Quando ouvi o chorinho da minha filha foi impossível não chorar também, eu sabia que cada sacrifício iria valer a pena, e valeu, no memento em que peguei ela nos meus braços foi a melhor coisa da minha vida.
Eu sorria como uma boba, meu coração estava acelerado, ela era perfeita... seus cabelos negros e aqueles pequenos olhinhos azuis.
Mas tive que me despedir dela quando pediram para levá-la, mas afirmaram que logo a trariam pra mim.
Fui para o quarto depois de algumas horas e fiquei esperando minha bebê, logo ela chegou e a enfermeira que foi muito legal comigo me ajudou a dar de mamar a Helena.
- Obrigada por me ajudar _agradeci.
- Não precisa agradecer _sorriu carinhosa_ você parecia perdida e assustada, ainda mais sem ninguém pra te ajudar em um momento tão difícil e ao mesmo tempo tão especial.
- Serei sempre grata a você.
Depois que Helena mamou a mesma dormiu, a coloquei no pequeno bercinho ao lado da cama e me aconcheguei na mesma.
- Você precisa descansar _falou a mulher a minha frente me cobrindo com um lençol_ vou te deixar dormir mas se você precisar de algo é só apertar esse botão que alguém virá aqui.
Assenti e logo ela saiu.
Eu estava exausta, todas as minhas energias tinham sido gastas, afinal para passar por um parto natural precisa de muita força, rapidamente dormir e por algum motivo eu estava sentindo que a parti dali minha vida iria mudar.
[...]
Fiquei apenas dois dias no hospital e o médico me deu alta, Helena estava saudável e nos duas estávamos bem, eu estava um pouco dolorida mas iria melhorar.
Sai do quarto com minha bebê nos braços e encontro Abigail que foi a enfermeira que me ajudou.
- Já vai embora? _perguntou olhando pra bebê em meus braços e sorrindo.
- Sim _sorri_ queria agradecer mais uma vez, você foi um anjo em minha vida.
- Não precisa agradecer, quero que você e essa pequena fiquem bem.
- Vamos ficar _sorri e me despedi dela.
Andei por aqueles corredores vendo várias mulheres grávidas, algumas já indo em direção à sala de parto, fico aliviada que eu já tenha passado por aquilo, dói muito e fico feliz que eu não tenha que passar por aquilo de novo, pelo menos não durante um bom tempo.
Mas assim que passo pelas portas de saída e chego na rua o choque de realidade me invade, eu não tenho pra onde ir... não posso voltar pra aquele lugar e colocar minha filha em risco ou a mim mesmo.
Também não posso ficar na rua com uma recém nascida.
Perdida e assustada saiu andando pela calçada sem uma direção exata, mas quando me dou conta estou parada em frente a fitzy technology.
Olho pra aquilo tudo e vejo que minha filha pode ter uma vida boa, ela pode ter tudo que eu não tive, e se pra isso eu preciso aguentar mais uma humilhação então assim vai ser.
Não me importo se Marius, Cristian ou qualquer outra pessoa me humilhe, mas se existir 1% de chance dela poder crescer confortável e ter uma vida digna eu irei me humilhar.
Assim entro naquela maldita empresa, dessa vez não vou falar com recepcionista nenhuma, terei que entrar escondida e encontrar Marius eu mesma.
Ao entrar vejo a recepcionista ocupada no telefone, a sua frente tem dois homens com seus ternos caros e exalando cheiro de dinheiro.
Dou um jeito de entrar sem ser percebida, Cristian estava certo, esse lugar não é pra mim, eu sou apenas uma desempregada com roupas velhas que acabou de parir um filho, e se não bastasse isso ainda tenho manchas roxas nos braços por causa daquele desgraçado que tentou me estuprar, ainda não acredito que o filho da puta do meu pai fez aquilo comigo.
Subo pelas escadas, são muitos andares e só tem dois dias que tive um bebê então está sendo bem difícil mas não desisto, contínuo a subir, degrau por degrau enquanto Helena dorme tranquila em meus braços.
Finalmente chego no último andar que é bem óbvio que seja o local onde Marius trabalha.
Mas ao abrir a porta esbarro em alguém e Helena começa a chorar pois ela acabou se assustando.
- Olha o que você fez _falei brava enquanto tentava acalmar minha filha.
- Desculpa, eu estava apressado e não te vi.
Essa voz... Eu conheço.
Olho pra cima e do de cara com ele, Marius, o mesmo estava na minha frente enquanto me olhava atentamente, mas logo seu olhar desce pra bebê em meus braços.
- Marius...